Câmara Municipal de Registro aperta o cerco no combate a dengue

por comunicacao — publicado 11/05/2010 15h29, última modificação 19/11/2015 09h02

Ao analisar os índices da proliferação da dengue no município de Registro, os vereadores articularam debates e a coleta de informações para que possam municiar o Poder Público e a população para combater a doença. Na última sessão do Legislativo registrense, dia (03/05), a dengue foi o principal tema debatido em Plenário. Durante a sessão dois palestrantes falaram sobre o mosquito transmissor, a doença e as formas de combate. “Nós (vereadores) assumimos o compromisso de multiplicar essas informações para Registro e todas nossas cidades vizinhas”, disse o vice-presidente da Câmara, vereador Cleiton Peniche (PSDB), que presidia interinamente a sessão ao final da fala dos convidados.  

Segundo dados fornecidos pela diretora municipal de Saúde, Dra. Maria Cecília Delatorre, em Registro já foram registrados mais de 100 casos da doença, tendo ainda mais de 260 aguardando resultado de exames. Estatísticas complicadas, já que segundo a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), é caracterizada a epidemia após o registro de 300 casos para cada 100 mil habitantes. De acordo com a diretora “Não estamos em epidemia, mas estamos em situação de alerta”, disse a diretora técnica substituta da Sucen, Maria de Fátima Domingos – uma das palestrantes da noite. Maria de Fátima ressaltou ainda, que há dois problemas críticos relacionados a dengue – a inexistência de vacina contra a doença e a inexistência de uma técnica de extermínio do mosquito transmissor, o aedes aegypti, além da constatação de que os casos registrados em 2010 apresentam complicações clínicas maiores em relação aos anos anteriores.

Tanto para Maria de Fátima quanto para o outro palestrante da noite, o professor Almério Castro Gomes – professor titular do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo USP – a única e eficaz medida de combate a dengue e ao mosquito é a mobilização popular, desde que obtenham o conhecimento e  o coloquem em execução. O Poder Público por seu lado também deve fazer sua parte. “Não adiante a Saúde trabalhar sozinha que vai morrer na praia. Juntos podemos combater a dengue’, disse a diretora Substituta da Sucen. “É trabalhoso, mas não é impossível”, garantiu o professor da USP.

Em Registro, dois bairros – Vila São Francisco e Pedreira, que registraram os maiores números de focos do mosquito foram “nebulizados” – tiveram as casas pulverizadas como uma medida de interrupção da transmissão da doença. Segundo a Saúde Municipal, outras medidas estão sendo tomadas para conter a proliferação da doença.

Mesmo antes da constatação dos casos de dengue na cidade, os vereadores já estavam preocupados com o combate ao mosquito transmissor. O presidente da Casa, vereador Dito Castro (DEM) várias vezes criticou e buscou soluções para conter o acúmulo de água em diversos locais da cidade. O vereador Lourival Sales (PSDB) juntamente com seu colega de partido vereador Cleiton Peniche buscou solicitar atenção da Administração Municipal para pontos como o Cemitério da Saudade (no centro da cidade) que pode abrigar diversos criadouros do mosquito.

Dados fornecidos pela Sucen – A infestação do mosquito em Santos e na Baixada Santista ocorreu em 1997. No Vale do Ribeira chegou em 2004 nos municípios de Itariri e Sete Barras. Em 2006 atingiu também Miracatu e Registro. Até 2008 não houve grandes alterações no cenário, mas no ano passado várias outras cidades como Juquiá, Eldorado, Iguape, Cajati e Jacupiranga também registraram focos. E em 2010 a doença atinge a população de Registro de forma acelerada.